Páginas

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Ela colou minha foto com esmalte! Esmalte de UNHA!

Sexta feira passada deixei de ser estudante para ser desempregada. Mas, como veio me dizer meu (antigo) professor de Sociologia, como eu nunca tive um emprego, não sou desempregada. Sou sem profissão, o que, convenhamos, é muito pior.
Mas, para variar, parece que meu pai lê meus pensamentos ou assiste o meu dia inteiro do trabalho dele, seja lá onde for o trabalho dele (ele já me explicou trocentas vezes, mas eu continuo sem saber onde é) e decidiu que eu devia fazer minha carteira de trabalho e não importa o quanto eu diga a ele que eu quero continuar estudando, ele não entende. Na verdade, eu tenho a doce teoria de que a carteira de trabalho e consequentemente um emprego (ele também quer que eu comece a trabalhar nesse verão) me mantenham presa à essa cidade, ou seja, que eu não vá fazer faculdade longe de casa. Como o meu curso (Letras!) simplesmente não existe aqui em São José dos Campos, eu não faria faculdade pela branca cabeça dele.
Quando meu pai chegou do trabalho, fomos nós dois ao shopping, que é onde se encontra o Poupa Tempo da cidade (existe Poupa Tempo em outros estados do Brasil?). Enquanto eu estava na fila, uma mulher que trabalha dando informações perguntou o que eu estava fazendo na fila, qual o serviço que eu iria utilizar. Disse-lhe que eu iria fazer a primeira carteira de trabalho e ela, olhando pro meu rosto com um ar especulativo perguntou-me quantos anos eu tenho. Dezessete, respondi. Mas eu respondi com a cara de: Não tá na cara que eu tenho dezessete anos? Mas acho fiz essa carinha com muita força, porque por pouco não a vejo respondendo: você parece ser mais nova!, mas eu simplesmente posso estar encucada com essa de idade.
Depois de me fazer essas perguntas, lá foi ela falar com a menina que estava atrás de mim. Parecia ter dezessete anos, e como também estava ali para fazer a primeira carteira de trabalho, deve ter essa idade mesmo. Fiquei decepcionada quando percebi que meu pai nos comparava. E não pude deixar de fazer o mesmo.
Imagine:
Salto alto, calça skiny coloca ao corpo, camiseta regata que deixava uma pequena parte da barriga de fora, cabelos castanhos, longos e lisos. Eis a garota. Agora... All star vermelho, calça skiny confortavelmente folgadinha, camiseta regata que cobria uma parte da calça, cabelos pretos, curtos, presos e com as pontas enroladas. Essa sou eu.
O que posso dizer? Ela parecia ter muito mais domínio de seus dezessete anos do que eu! Me senti profundamente culpada por as pessoas acharem que eu tenho quatorze anos...
Voltando ao assunto: agora já possuo uma carteira de trabalho. Espero que meu pai estja feliz.
Pensando no assunto quando cheguei em casa, lembrei que uma vez, conversando com um amigo sobre tudo o que eu já fiz de errado, lembro de tê-lo dito que a única coisa que sabia fazer perfeitamente era chorar. Na época, ele chamou-me emo. Mas quando lembrei desse episódio quando cheguei em casa, pensei diferente. A única coisa que sei fazer perfeitamente é a vontade dos outros. E o dia de hoje nada mais foi do que a prova concreta desse pensamento.

PS: esqueci de contar! O título é "Ela colou minha foto com esmalte de unha! Devo explicar. Não sei com certeza se foi com esmalte, mas o picel que ela usou foi com certeza pincel de esmalte e o líquido tinha o mesmo brilho de base que a unha dela tinha. Juro que quase fiz uma cena, gritando-lhe: O que você pensa que está fazendo colando a minha foto com esmalte?
Mas eu me segurei. Na verdade eu me estranhei. Não sou de fazer cenas x)

Nenhum comentário:

Postar um comentário