Eu sei de tudo isso aí e sei da sorte real, da fortuna que é, da facilidade de se fazer acreditar em destino, coisas escritas nas estrelas e felizes-para-sempre. Mas não é na primeira briga que a gente percebe que o conto de fadas não é real. Nem na segunda ou terceira. Não é numa discussão, na verdade, nem numa DR ou nas crises de ciúme que geralmente aparecem na minha TPM.
É no meu olhar de amor para o ser amado, é eu olhar pra ele e perceber alguém lindo, inteligente, incrível e acolhedor. É ver o melhor dele crescendo em cada dificuldade minha com a vida e a presença dele pra me apoiar e me dar forças. É admirar o desenvolvimento emocional e pessoal do outro e perceber que se cresceu junto. E de repente...
De repente você volta a se comparar com tudo e todos e volta a ser inferior a todos e inferior a ele que sempre está ali dando o seu melhor. E sente a tristeza de perceber o quão grande ele é, e
Qualquer pessoa seria melhor no seu lugar e você nem tenta, só aceita sua inferioridade imposta por sua própria cabeça.
E recomeça a tentar listar as coisas boas dentro de si mesma, tentando sair desse buraco que você nem sabe como entrou, fugir dessa sua imagem borrada que as outras pessoas insistem em dizer que não enxergam.