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sexta-feira, 2 de julho de 2010

A Falta Que Ele Me Faz



Nunca pensei que fosse sentir por ele o que eu simplesmente não esperava sentir por alguém tão cedo...
Mas, simplesmente aconteceu... Acho que não tinha como impedir, ou pelo menos eu não vejo como. Quando eu percebi, já era tarde demais, meu coração já tinha sido tomado de mim. Essa pequena bomba de sangue, que antes pulsava em mim para me fazer viver, agora está com outra pessoa e bate apenas para me lembrar que ele existe... Bate, mas não sinto... ou melhor, sinto quando ele está perto, quando se aproxima, quando me toca... Meu coração já não bate, não pulsa, ele pula, esperneia por sua proximidade, pede mais um abraço, e espera ansiosamente por ele, mesmo sabendo que quanto mais depressa bater, mais devagar o tempo vai passar...
Não quero ver as fotos, não quero ver os vídeos, porque por mais reais que sejam, não consigo ver o brilho de seus olhos, nem perceber a mudança de tom da sua voz, não consigo sentir seu cheiro, nem o calor de seus braços a me envolverem.
Os poemas que antes saiam com tamanha facilidade e emoção já não fazem efeito em mim e não demonstram o que sinto com muita clareza. A falta que ele faz é tão grande que até as paredes do meu quarto estão sentindo saudades, de tão angustiados que tem sido meus sonhos.
Sei que só se passaram dois dias, sei que faltam quatro semanas para driblar, mas a cada hora que passa, suas lembranças em minha cabeça ficam mais fortes e minha vida mais incompleta.
Falta uma peça do quebra-cabeça e não consigo encontrá-la. Falta uma corda no balanço e sem ela não vou para frente nem para trás, continuo no mesmo lugar e todas as vezes que tento um movimento, a dor dessa ausência machuca demais.
O que fiz para chegar em tão deplorável estado? Simplesmente fui feliz pelo tempo possível, fui feliz com todas as minhas forças, e essa felicidade antes tão vasta volta para mim em forma de nostalgia, percebo que cada segundo com ele nunca vai se repetir, mas outros melhores virão, é o que me diz a saudade de vê-lo; porém, responde o tédio que me invade, piores também chegarão, dias mais longos e cansativos e ainda mais nostálgicos, porque cada letra de felicidade grita mais alto com o passar dos dias, grita meu nome, para que eu saiba o caminho certo que devo percorrer até alcançá-la, mas teimosa como no pequeno poema infantil, escolho o errado, escolho o caminho dele e sigo o grito de sua felicidade, criando atalhos longos e estreitos, atalhos coloridos que tentam me mostrar que a felicidade não se busca, se vive e o amor, por mais comum que seja, cada um sente de uma forma diferente.
Assim, cada segundo que passa é tarde, muito tarde, para eu olhar nos olhos dele e dizer: “Eu te amo”, mas cedo para sentir toda a verdade dessas palavras.

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