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sábado, 17 de dezembro de 2011

Aquelas perguntas retornam

Como pode, não é possível, tão jovem.
Elas tiveram tempo suficiente.
A morte não escolhe a pessoa a partir da idade, isso foi provado a mim. Também não percebe se você está no conforto de sua cama, se está ao lado dos seus familiares, ou se está sozinha, sentada numa cadeira, fazendo um vestibular em outro estado do país. Mas eu ainda não consegui entender qual o motivo, o que a faz levar pessoas tão boas.
Um tinha mais de oitenta. Foi a minha avó, quando esta não estava aqui.
Outra tinha trinta e dois. Foi minha professora de física, meu ponto forte, meu norte quando eu estava triste.
A última foi minha adversária no damas, inteligente, aquela que eu suei para vencer, me deu aula de biologia no auto-gestão do colégio e cantou super bem no seu último festivel de bandas da escola. Aliás, ultimo festival de bandas da vida. Tinha apenas dezoito.
Quase minha idade.
Amanhã eu tenho a segunda fase da UNESP para fazer. Estou preocupada se vou conseguir passar e estudar lá ano que vem. Eu devia estar preocupada se eu vou dormir hoje e acordar amanhã.
Se no começo do ano, apenas uma pessoa da minha vida tinha sido levada pela incontrolável Morte, agora, dia dezessete de dezembro, no último mês do ano, já foram quatro maravilhas retiradas a força de mim. Quatro pérolas que passaram por mim e que eu tive a honra de conviver ao menos três dias.
Agora entendo que elas tiveram tempo suficiente. Mas eu tive tempo mais que sufuciente para tê-las em minha vida.


PS: me desculpe qualquer erro ou incoerência. Eu não revisei o texto.

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