Em construção ;)
Bem, vou confessar...
Vou confessar que tive medo, muito medo de todo mundo sair e se encontrar e eu ficar no mesmo lugar. Porque desde a primeira inscrição de vestibular eu falei que seria a única vez que eu me faria passar por isso. A única vez que eu veria meu cabelo cair e meu irmão ir dormir emburrado porque eu gritei com ele. A única vez que meus pais me veriam doente, sem fome e com muita dor de cabeça de tanta preocupação por uma coisa que ainda era incerta.
A vontade de sair de casa, para uma cidade maior, talvez menor, de qualquer forma sem casa alguma, apenas diversas pontes, incapazes de proteger sonhos, desejos e livros universitários que talvez serviriam apenas para criar fogo e me esquentar; a vontade de sair de casa permanecia grande.
Então vieram as provas, não tiros no escuro, mas tiros com uma pequena vela iluminando o alvo, tênues luzes que bruxuleavam e me faziam errar questões, mas que ainda eram capazes de mostrar-me o objetivo.
Como os deuses, os três grandes, Zeus-Poseidon-Hades, Fuvest-Unicamp-Unesp se mostravam inalcansáveis, talvez criaturas da minha imaginação, assim como o Olimpo.
Ainda assim, tentei acertá-las, indo principalmente pelo "quem sabe, né?", que empurrava meus sonhos cada vez mais longe do meu lugar inicial.
Mas eu errei o tiro decisivo na Unicamp e acertei de raspão na Unesp, mas ainda assim, não foi forte o suficiente.
E quando eu já estava com as esperanças guardadas para algo mais concreto, o deus inferior na minha pequena concepção se mostrou o maior de todos: virei uma universitária, graças ao ENEM, e me matriculei na UFSCar.
E eu me vi feliz como não ficava há dias...
Nenhum comentário:
Postar um comentário