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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Eu não sei o que deu em mim

E, sabe? Quando eu tava voltando pra casa era o seu cheiro que eu queria que estivesse em mim, não o dele; eram as suas mãos que eu queria que tocassem em mim, era o seu corpo que eu queria que me empurrasse pro lado.
Era você que eu queria puxar pra dançar naquele salão vazio depois que a gente se cansasse de ficar deitados no chão.
Era com você que eu queria criar uma história sobre a cachorrinha perdida e a filhinha triste.
E você não me deixaria ir embora daquele jeito, sem um abraço bem dado, risadas gostosas de verdade e até mesmo um beijo você daria, mostrando nas entrelinhas que a gente vai ficar junto pra sempre, de um jeito ou de outro.
Mas você não estava lá, não de verdade. Era ele, uma pessoa que me conhecia e que provavelmente me queria mais que eu queria me doar. Uma pessoa não tão carinhosa, um pouco brusca até, que me fez lembrar com mais carinho dos seus carinhos. Uma pessoa não tão engraçada, não tão disposta a me divertir, uma pessoa que não era você.
E eu saí com essa pessoa.
Me diverti, até, mas o gosto que ficou na boca não foi bom. E você me dizendo do seu ciúme e o Marcos me dizendo que eu não tinha sido justa com você aumentaram meu mal estar.
O que foi que eu fiz? O que foi que nós fizemos? Porque seja o que for, fizemos juntos.
Abraços, ou não, beijos ou não, amizade ou não foi tudo feito a dois.
E a culpa não pode recair apenas sobre mim se você sente coisas e eu também. Se você sente medo e eu também.
Mas você sabe que o seu medo quem construiu fui eu, né? E o meu medo foi você quem me deu.
Talvez isso não importe. Ou talvez importe mais do que a gente imagina.
A premissa de sinceridade entre a gente surgiu naturalmente e a gente nunca soube responder se esconder informações (sentimentos?) era mentira ou não.
E talvez, só talvez, esteja na hora de descobrir a qual classe pertencemos.


"Porque quando penso em você é quando não me sinto só"

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