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quinta-feira, 8 de maio de 2014

A pessoa mais importante

Essa semana foi tão rica em sentimentos e acontecimentos e tão rápida, que eu nem consegui absorver tudo direito ou do jeito que eu queria.
Segunda feira eu fui fazer estágio numa escola pública. Foi a minha segunda vez lá, então já tava um pouco mais acostumada com o lugar e os rostos das pessoas. Só não estava acostumada com a convivência professor-aluno e aluno-aluno.
Eles se dividem em grupos e conversam sem parar, a professora está passando matéria ou alguma atividade pra fazer e são poucos os que estão realmente prestando atenção no que está sendo dito. Eu não lembrava que era assim. Agora, claro que eu lembro, e muito bem. Só não lembro da gente gritar pra conversar com pessoas de outros grupos, mas com certeza a gente fazia também.
Sei que eu saí das duas primeiras aulas que assisti com milhões de ideias de mudanças que eu faria se estivesse em algum cargo que me permitisse isso. As ideias e as mudanças não cabem aqui. Até porque elas sumiram assim que eu pisei fora da escola. Odeio confessar que eu respirei fundo e aliviada quando saí de lá.
De qualquer forma.
Eu saí da segunda aula que assisti e fui para a sala dos professores já que era intervalo. Pela primeira vez pareceu que eles me enxergaram e conversaram comigo: perguntaram como era a aula para a qual eu estava fazendo estágio e quando eu contei algumas ideias (equivocadas) da professora, eles ficaram bravos, muito bravos e perguntaram se eu concordava com ela, mas de acordo com o que eu tinha visto e vivenciado na escola. Perguntaram quantos anos eu tinha e ficaram chocados com meus vinte anos. Sai de lá, eles disseram, você tem uma vida inteira pela frente, larga as possíveis ideias que você tem sobre dar aula e viver numa escola, você tá na idade de errar e jogar tudo pro ar, aproveita que agora você pode.
E eu vi que implicitamente eles disseram que era o que eles queriam fazer.
Uma professora começou a contar muitas coisas, as vezes até parecia que não ia chegar a lugar algum, mas estava interessante. Ela tem uma filha médica (não lembro a especialidade) e essa filha estava com problemas de aceitar a ideia da dor dos pacientes. A mãe dela, a professora, lhe disse que ela tinha que lembrar que cada paciente dela era a pessoa mais importante pra alguém, assim como ela era pra mãe dela. E é assim, com esse pensamento que essa professora vai dar aulas todos os dias e foi com esse pensamento que mais tarde eu saí da escola.
Espero mesmo conseguir lembrar dessa ideia o máximo que eu conseguir, principalmente quando eu estiver brava e estressada com algumas pessoas (leia-se: principalmente quando algum trabalho da faculdade estiver sugando minha alma), porque realmente ajudou muito. A gente nunca sabe da vida da outra pessoa, o que ela passou. E as vezes mesmo sabendo, o que ela passou não nos toca como tocou a tal pessoa, por isso é importante sempre se lembrar que cada um tem uma maneira de ser que cativa alguém e não é por você não se sentir tocado por essa pessoa que ela não é merecedora de tocar alguém. Tá, saiu bagunçado, repetitivo e melodramático. Mas é tipo aquele poema, sabe? Que diz que todas as cartas de amor são ridículas porque o próprio amor é ridículo.

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