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sábado, 15 de outubro de 2011

Diga-me com quem andas, que te direis quem és

Gostar de alguma coisa ou de alguém não significa ser a favor de todos seus ideais, não é?
Por exemplo: se eu gosto de John Lennon não significa necessariamente que eu não acredito em Deus, ou duvide que Kennedy está morto, como ele declara em God.
Se eu sou amiga de uma pessoa, eu posso ir contra suas ideias, estou certa? Portanto a máxima colocada como título nem sempre está certa, é isso?
Mas por que eu não consigo aceitar essa ideia e continuo achando que eu devo ser igual à elas, minhas amigas, que estão comigo todos os dias?
E por que quando eu vejo alguns grupos de amigas no colégio, as meninas se parecem, andam de modo parecido, se uma está com o cabelo trançado, todas as outras também estão. Mas então eu sinto orgulho do meu grupo de amigas, porque eu nos acho muito mais bonitas, cada um do seu jeito, com o seu modo de andar, o seu corte de cabelo e seu gênio, muitas vezes indomável.
Mas mesmo nos achando o grupo mais bonito, não vejo a Felicidade em nosso olhar e em nossos sorrisos, mas nos delas consigo enxergá-la facilmente?
Por que elas parecem se entender, mesmo que pra mim pareça muito careta o modo como fazem mostrar que são amigas?
Mas agora, aquele meu orgulho da nossa diferença em comum está se dissipando com a semelhança que elas encontraram e que me fez ficar de lado. E elas não perceberam. Ou fingiram não perceber. Sorte que eu não estou sozinha. Ela também percebeu a mudança. Agora ela é minha amiga e uma amiga com o mesmo orgulho que eu.
E eu pedi Ajuda, porque as diferenças que tanto me orgulhavam agora estão sendo apontadas como um defeito, um defeito que nos tornam abomináveis e sem a capacidade de sermos amadas. Porque enquanto não tivermos o signo certo não seremos aceitas.
E a Ajuda sentou-se à minha frente e me disse que talvez, lá no fundo, nós sabemos que a separação que virá no fim do ano irá machucar e que iremos sentir falta uma das outras. E que por isso, estamos procurando motivos, involuntariamente para nos separarmos já, porque se já estivermos separadas no final do ano, não iremos sentir essa saudade apertar.
Pena que estamos enganadas. Foi o que a Ajuda me disse. Que ao invés de não sentirmos a separação ao findar do ano, sentiremos agora, logo agora que nós não devíamos sentir nada, com todos os exames vestibulares chegando...
E eu acredito nela. Não porque eu queira culpar as outras duas amigas, ou colocar a culpa em mim e na outra amiga. Não. Eu acredito nela porque ela fez parecer que a vida é mais simples do que eu pensava e que talvez tudo seja realmente coisas da minha cabeça. E que apesar das nossas diferenças, nossas preocupações estão falando mais forte agora e, essas preocupações são as mesmas. E agente devia se unir para acabar com elas.
Até porque, nós vivemos no submarino amarelo, como diria meu querido John Lennon. E eu concordo: é o mesmo submarino. O barco para alguns.

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