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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Doce suicídio

O que custava me dizer qual era o preço do rodízio?
Era só dizer que não sabia e que também não poderia ir, não precisava ficar conversando comigo!
Ah, mas eu também não precisava, no dia seguinte dizer que se você tivesse ido, teria sido mais divertido!
Eu não precisava pedir a sua opinião!
E você não precisava abrir o coração pra mim!
Mas agora, aquela frase, sabe qual é?
Não adianta chorar o leite derramado.
Essa aí mesma.
Agora já foi.
E ontem, ah, sempre ontem, não é? Sempre o passado a me perturbar.
Ontem, a gente resolveu mergulhar.
Não, não bastava sentir a água batendo nos nossos pés, gelando nossas pernas, arrepiando o corpo inteiro.
A gente tinha que sentir aquele frio de verdade, a fluidez passando pelo meu corpo para o seu, do seu pro meu e começar de novo, cada vez mais fundo nesse loucura.
A gente se diverte, indo pro profundo, está confortável, lindo, mas está escurecendo, daqui a pouco o ar vai faltar e eu não vou poder te ajudar, porque eu também vou estar com os pulmões ardendo com a falta de ar, procurando a sua mão que não vai estar lá.
Suicídio.
Tão fácil, ainda mais com alguém tão legal pra me acompanhar na morte!
Enquanto o riso for fácil, nós estaremos lá. Mas quando a boca for abrir para procurar o tão amado ar, será cada um com sua própria companheira, talvez até seja a mesma, mas saber disso não será reconfortante.

Simples assim:
Eu
Eu
Você

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