“Todo cidadão constituído de 70% de água sabe que não vai
conseguir controlar sua própria maré.”
A frase do título quem disse foi meu pai. A frase seguinte
eu não sei quem disse, sei que eu ouvi num filme chamado Veja esta canção no fragmento Drão.
E devo dizer: passei a entendê-las muito melhor hoje.
Porque não sei se você já reparou, mas quando você está no
mar, e a onda vem chegando, ela te puxa e cria em você uma expectativa cheia de
adrenalina (e desculpe, mas não há gente que não goste de uma boa adrenalina).
Ela vai te puxando e quando finalmente chega, você pulando
ou não, você preparado ou não, a onda que tanto te puxou, vai te empurrar pra
longe com força.
E no rasinho você sobrevive, acha engraçadinho a manha desse
mar e dá mais alguns passos pra frente. A onda fica um pouco maior e você até
se deixa levar, porque a sensação é maravilhosa. Mas você ainda consegue se
levantar e se firmar e vencer a força imposta pelo mar.
E você ainda quer algo mais forte, se sentir parte de algo
maior que você. E é por isso que você avança um pouco mais e já não consegue se
deixar levar, porque a força é muita e você se torna fraco, a água te empurra e
cega seus olhos, te enche a boca de sal e toma o ar. Mas quando passa, a alegria
que invade é tamanha, que você mal consegue esperar a próxima onda.
Agora, parando pra pensar, existem pessoas que são ondas,
ondas fortes, gigantes, que te puxam como o mar verdadeiro pra logo depois te
empurrar e puxar novamente. Não, não me refiro aos bons e velhos olhos de
ressaca da Capitu, me refiro ao mar comum, o próprio mar calmo, que possui
ondas, um certo magnetismo misterioso.
E você, você tem perfeita noção do resultado disso tudo em
você. Sabe que o tanto que isso te faz feliz, te deixa fraco, sem forças e que
em algum momento você irá sucumbir. Mas
você quer todo esse envolvimento.
“Quem é do mar sempre
volta pro mar.”
Você sempre vai voltar e sempre vai se sentir em casa e
ternamente aquecido. Vai fazer parte de algo, parte de si mesmo, da própria
alma.
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