Hoje eu descobri que um dos meus curtas favoritos foi feito quando o diretor dele (que é um dos meus favoritos) tinha 22 anos como trabalho de conclusão de curso.
22 anos não é muita idade mas também não é pouca. A gente já tem alguma carga da vida, alguma desilusão. Mas ainda é chocante saber que um dos curtas que mais me toca foi feito por alguém que tinha aproximadamente a minha idade. Porque apesar do curta me entender e me expor, eu nunca teria nem pensado de forma tão linda e delicada para expressar tudo isso.
E foi quando eu pensei aquilo tudo que já tô acostumada e que também, de tanto que isso aparece por aqui. O cara tinha 22 e fez um trabalho maravilhoso e tocante e eu aqui sem saber o que eu realmente sei fazer.
Fiquei pensando que tá mais que na hora de achar alguma coisa em que eu sou boa e melhorar ainda mais. Tá na hora de fazer as coisas que eu tenho vontade de fazer e de fazê-las com gosto, carinho e qualidade, sem achar que eu tô fazendo pra me tirar a vontade. Tenho que fazer e achar que está bom, sentir que estou satisfeita com o que eu fiz.
Tá na hora de acabar com essa história de que as outras pessoas são melhores que eu, por mais que elas façam coisas melhores que eu. Tá na hora de parar de endeusar as pessoas e me colocar no pedestal, também mereço ser vista, nem que seja só por mim, Tá na hora de acender uma luz na minha cara e me deixar cega de toda essa pessoa que eu sou, porque eu convivo sendo eu e vai ser simplesmente impossível viver se eu não gostar e me sentir confortável comigo mesma. É daí que vem a importância, por exemplo, de saber que aquelas mulheres que passam nas propagandas não existem: aceitar que todo mundo tem um defeito que deseja arrumar e que se for arrumado vai surgir outro é aceitar que eu sou normal e tenho qualidades tanto quanto tenho defeitos. Quando eu focar nas minhas qualidades (não é pra esquecer os defeitos, veja bem) as pessoas também vão visualizar isso em mim.
Ser quem se quer ser talvez não esteja funcionando. A gente tem que querer ser quem se é.
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