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quinta-feira, 5 de março de 2015

Minha vida como as minhas pipocas

Sabe epifania? Então, tive uma hoje.
Já há alguns dias eu estava morrendo de vontade de comer pipoca mas não tinha óleo aqui em casa. Aí dia desses fui ao mercado só por causa disso, olha a loucura!
Hoje finalmente fui fazer pipoca. Coloquei o óleo, o milho, liguei o fogo e lá foi a pipoca ficar pronta.
Doce ilusão.
Metade não estourou e metade ficou queimada. Nada se aproveitou. Onde eu errei?
Fiquei pensando no assunto enquanto limpava a panela e percebi que alguns grãos pararam na metade da transformação. Foi quando reparei que eu colocava o milho no fogo baixo justamente por medo de queimar a pipoca e nem me liguei que era justamente isso que as queimava.
E enquanto esfregava a panela pra tirar todo aquele treco queimado e grudado, fui fazendo ligação com a minha capacidade de me relacionar com as pessoas. Nunca me coloco no fogo alto por medo de me machucar, Nunca falo pras pessoas o quão importante elas são pra mim por medo de elas me acharem idiota. Não começo conversas com as pessoas por medo de atrapalhá-las e nem reparo o quanto isso me deixa longe delas. Nunca me permito ficar empolgada com um cara que me empolga por medo de saber que existe 50% de chance de dar errado (e na minha cabeça imbecil isso é quase o mesmo que dizer que vai mesmo dar errado). E o que é ainda pior: não deixo o tal cara se empolgar comigo pelo mesmo motivo.
O resultado disso é essa crosta escura, grudenta e áspera que não sai por mais que você esfregue. Ela só sai conforme você vai usando e eu fico com medo de me usar e me sujar mais. Estou me usando errado. Ainda tenho medo. Ainda tenho chances?



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