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sábado, 26 de novembro de 2016

Onde é eu fui parar?



Eu reparei que estava assim quando eu fui pro parque Villa-Lobos com o pessoal do italiano.
Fiquei lembrando da foto tirada naquela saída da estação e depois de todas as outras tiradas dentro do parque e das tardes passadas fazendo nada e as chegadas em casa com a pele muito vermelha e ardida. Aliás, cheguei assim naquele domingo. Acho que eu nunca vou aprender.
Pensei em como eu nunca ia pra lá sem você e como de repente eu já fui até com um moço. E eu fiz muito mais que nada lá. Eu já andei de bicicleta, tirei foto, brinquei com cachorrinhos, fui em shows, minha amiga foi pedida em casamento lá.
Hoje eu fiquei sabendo uma coisa de uma cantora que eu amo e quase abri o whats pra te contar a novidade quando lembrei que não falo com você há um ano. Quando vejo fotos suas, eu nem sei mais que é você. Eu olho pro seu rosto e ele não me diz mais nada.
Cássia Eller já tinha ensinado que o pra sempre sempre acaba mas a gente nunca acreditou. Eu não acredito nisso até hoje mas por via das dúvidas, nunca mais usei essa expressão.
Daí eu lembrei de todos os shows e fotos com o 5 a seco, os livros que eu comprei, os rolês perdidos em São Paulo e olha tanta coisa eu fiz com você! E quando a gente foi se afastando, eu comecei a ficar meio perdida e de repente começou a acontecer tanta coisa legal na minha vida, que eu não sabia mais como agir!
Quando foi que eu mergulhei em você e me transformei em você? Foi um ano inteiro pra me desfazer de você e mais que isso, foi um ano pra saber do que eu realmente gosto e como eu realmente me visto, como eu realmente me pareço, como realmente é o meu cabelo, como realmente é o meu cheiro. Como olha só, eu sou bonita!
E hoje em dia, quando eu faço alguma coisa que eu sei que você faria ou vejo algo que você gostaria de ver, eu me assusto e me intrometo em mim pra saber se não é você querendo sair de mim de novo.
Mas nesse um ano de introspecção, aprendi que não tem problema algum você ter sido minha melhor amiga e agora eu nem querer saber como você tá. Não é maldade minha. Eu e você era uma coisa que acabava comigo e me eclipsava e talvez isso não seja culpa de ninguém e talvez mesmo seja culpa minha. Mas a sua figura não me faz mais bem e eu me lembro disso o tempo todo pra poder me impôr mais nas pessoas pra elas saberem quem sou eu e que sou eu ali. Eu, Natália, não Nati, Naná, Lia, Marcela, não. Natália e só. Eu sou eu e eu me faço todos os dias com as coisas que eu mesma trago pra mim e essa foi a maior conquista que você poderia me dar sem ter realmente me dado.


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