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domingo, 27 de novembro de 2016

Sobre expectativas

25 de novembro de 2016. Encontrei esse texto que está em vermelho na parte de rascunhos do blog e não consigo lembrar de quando foi que eu escrevi ele. Mas ele é forte demais e eu lembro de quando estava me sentindo assim e lembro como é estar assim porque eu ainda fico assim as vezes. Ah, o título é esse aí mesmo, já tava anotado. Vai ver na época eu não tive coragem de postar...



Eu achava e achei realmente que quando estivesse trabalhando tudo ficaria alinhado, tipo os planetas, sabe?
Mas eu esqueci que em todas as lendas e presságios, quando os planetas se alinham algo bizarro acontece: o sol queima a terra, algum gigante maldito se levanta, guerra entre os mundos começa, dilúvios e ventos nos varrem da existência. Nunca algo bom. Nunca as flores renascem, nunca abraços desenfreados por aí, nunca a paz mundial.Pois bem. Tudo estava alinhado na esfera da minha vida e de repente começou a tempestade tropical aqui dentro. E depois os tufões e terremotos e vulcões. Mais tarde a guerra. Hoje a última pilastra que segurava o teto rachou e tudo desmoronou de vez.O tempo raro pra mim e pros outros que me restava e me segurava bem resolveu se voltar contra mim e fazer eu me sentir sozinha e abandonada.Mas antes fosse só isso! Eu sei que ainda tenho pessoas que eu gosto por perto e por incrível que pareça estou mais concentrada pra estudar e ler meus livros, ainda estaria bem se fosse só isso. Mas com a solidão vem algo bem mais forte e difícil de lidar. Sabe a autoestima, aquela que quase não é encontrada? Ela é medrosa e caprichosa e odeia estar por perto nesses momentos. Mas quem gostaria de estar por perto? Eu fugiria se pudesse. Mas agora, sem tempo, sozinha, sem autoestima, a esfera alinhada da minha vida tá se dissolvendo e bagunçando de novo minha cama, meu quarto, minha mochila, os textos da faculdade, meu sono. Meus pesadelos voltaram e não quero mais dormir por causa deles. Mas também não quero mais levantar da cama. Não quero fazer vídeo, não quero ler, não quero escrever pro blog nem fotografar. As crises existenciais da adolescência realmente vão embora. Mas eu não devia ter me iludido achando que a próxima fase seria mais fácil ou mais simples. Viver maquinalmente nunca foi uma opção pra mim. Mas viver com dor também não.

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