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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Uma carta para Julieta (ou para a secretária dela... ou alguém que esteja disponível para ler!)

PS: leia esse texto ouvindo essa música:

Salento - René Aubry


São José dos Campos, 19 de fevereiro de 2012

Julieta,
Sei que você apenas responde cartas que dizem respeito a problemas amorosos, mas eu precisava lhe escrever sobre o que aconteceu, ainda que não se trate de um problema, muito menos amoroso.
Ele ficou de entrar em contato, Julieta. Mas não entrou.
Ele disse que iríamos ao cinema, mas não chegamos nem a nos falar.
E olha só, Julieta, até onde vai uma garota que planeja a semana inteira em torno de um único dia: eu saí, mesmo sem ele. Fui ao shopping com a minha amiga, tomamos Milk shake, e enquanto comíamos pipoca e nos sujávamos com manteiga, vimos no mínimo uma dúzia de casais sair de uma sala do cinema, um atrás do outro. Não pude deixar de pensar que eu poderia estar formando um casal com ele e saindo ao seu lado daquela sala, com aqueles outros casais. Mas não, Julieta. Eu estava sentada de frente pra minha amiga, comendo pipoca do cinema, sem ao menos ter entrado no cinema!
Ah, Julieta, não me entenda mal. Eu me diverti muito mais e de uma maneira mais intensa  do que teria me divertido com ele. Mas a possibilidade de uma diversão totalmente inédita pra mim e que eu teria com ele não me sai da cabeça.
São as possibilidades perdidas, todas elas, que me tiram o sono.
E, Julieta, claro que as possibilidades não estão sozinhas na minha cabeça. Elas estão muito bem acompanhadas pela culpa. Sim, eu me culpo.
Me culpo por ser inteligente demais (e só isso), por não ser bonita o suficiente e por não ter atrativos.
Mas aí eu lembro da noite de ontem: pelo menos dois rapazes repararam em mim e me fitaram (encararam acho que é a palavra certa) insistentemente. Portanto, minha aparência não deve deixar muito a desejar...
E hoje, um domingo de carnaval, sem nada para fazer, resolvi aproveitar ao Maximo a companhia do meu computador. Então, logo ás dez da manhã, eu já estava no MSN, conversando com alguém que eu nunca vi pessoalmente. Alguém que eu só conheço pelas redes sociais (todas elas...)
E conversando com ele, criei uma amizade incrível, daquelas que parecem que sempre existiram. Aquela amizade que não pressiona, aquela que flui naturalmente e impressiona pelo nível de sinceridade inclusa.
Foram duas conversas intensas, uma pela manhã e outra pouco antes da segunda-feira. As duas recheadas de bom humor, boa vontade e boas risadas.
E elogios.
Ele me achou inteligente e disse que sou linda. Mas não disse do modo fútil como o outro. Disse da forma como um melhor amigo diria. Um modo sincero.
Ele me fez crescer, Julieta. Crescer e enxergar o mundo de uma forma mais simples e corajosa.
E me deu esperanças, mesmo sem notar.
Esperanças de encontrar pessoas reais, que se importam de verdade com o que eu penso e acho da vida. Pessoas que irão me entender e querer bem.
E, finalmente, a esperança de encontrar alguém especial, alguém que me faça entender o por que das pessoas quererem encontrar o amor. Alguém que não seja só diversão
Será que você consegue me entender, Julieta?
Aliás, obrigada por ler essa carta, escrita por essa confusa garota, que acredita que o mundo é feito de muitas coisas mais do que as que podemos enxergar...




E, agora que terminou de ler, ouça essa música:


In this Twilight - James Harmon



*-*

Ah, e claro, o filme que me inspirou a destinatária:


Ah, e claro, a música do filme!


Love Story - Taylor Swift


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