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sábado, 31 de março de 2012

A noite do dia nenhum



Sem brincadeira: eu acordei e pensei “Vou ver 5 a seco hoje”.
Fui para a aula com vontade de sentar e ver o tempo passar. Na primeira aula eu só conversei. Era minha aula favorita e eu só conversei.
Na segunda aula eu fiquei com vontade de dormir e ficava imaginando como seria a minha noite.
Almocei.                                                                                                                     
Subi até o sexto andar e lá fiquei na internet com o F. e a A.
O tempo foi passando, a ansiedade batendo mais forte e eu tentando evitar decepções: Natália, se por algum acaso não der certo de vocês conseguirem ver 5 a seco, não fique triste! Não será a primeira vez que isso acontece e vocês terão outras chances de os verem!
Encontrei uma amiga, jantei, tomei banho, coloquei uma roupa bonita, passei um perfume, nossa, nunca me arrumei tanto assim! Mentira, claro, mas a sensação foi essa.
Peguei a linha 4-amarela, desci na Luz, peguei baldeação para a linha 9-rubi do metrô e fiquei esperando a Viviane.
Algo me disse para olhar para trás e eu olhei. Era ela lá, andando na minha direção, matando a saudade aos poucos.
Pegamos a linha rubi, descemos na Água Branca e adivinhem: o google mentiu pra nós!
Na verdade ele não mentiu, mas omitiu que o caminho que ele mostrou era perigoso.
E lá fomos nós voltar para a Barra Funda, esperando encontrar um ônibus que nos deixasse em em frente ao SESC em quinze minutos.
Atá acharmos a saída da estação, faltavam dez minutos. Vamos de táxi? Vamos! Quanto tempo você faz daqui ao SESC Pompéia? SESC Pompéia? Ah, uns dez minutinhos.
Minutinhos? Minutinhos? Aqueles dez minutos foram os mais longos da minha vida! Nunca vi coisa igual!
Mas enfim, o cara conseguiu nos deixar na porta do SESC em dez minutos e nós conseguimos entrar antes da sineta tocar.
E começa o espetáculo!
Vinícius Calderoni falando todas aquelas coisas chatas que ouvimos em todos os teatros, mas que, saindo da boca dele, pareceram ganhar vida e brincaram no meu ouvido.
Não é permitido filmar e fotografar sem concessão prévia do SESC. Mas não será necessário filmar ou gravar, pois esse espetáculo ficará gravado em suas retinas.
Realmente, Vinícius... ficou mesmo na minha retina...
Ficou gravado o Rato sonhando ser o Cara e o Cara sonhando ser o Rato. Ficou gravado a Bela, Bela, pagando com um beijo o último ingresso, nem muito atrás, nem muito na frente. Ficou gravado 5 a seco cantando Chico Buarque, ah, 5 a seco, esses garotos que me deixam cambaia!
Quer ver uma garota cambaia? Vai com ela quando ela for conhecer as pessoas em quem ela se inspira (nossa, quantos ‘ela’! desculpem professores e professoras de português, escritores de plantão, ainda estou aprendendo, certo?).
Quando o espetáculo acabou, saímos, desesperadas, costurando entre as pessoas, em direção ao palco. A gente tinha que ver se eles existiram mesmo ou se foi um sonho. Mas, claro, não um sonho em que o Rato vira o Cara e que o Cara vira o Rato, ou o sonho que o Cara faz uma canção inédita para a Bela, mas que foi o Rato quem cantou a tal canção. Nosso sonho era diferente. Um ano sonhando o mesmo sonho! Imagine como é! Acho que só o Rato e a Bela entendem.
Mas eles existem. Eles vivem, tem cheiro, carne, osso, alma, coração, suam, abraçam e aparecem em fotografias.
Duvida?
Então olha só:



Ah, mas você sabia que a vida real é melhor que os sonhos?
Pois é, eu não sabia. Mas descobri que sim, a vida real é melhor que os sonhos. Porque no meu sonho, eu conheceria apenas 5 a seco naquela noite. Mas eu fui além. Conheci uma das minhas atrizes favoritas, que atuou como personagem principal de uma das minhas séries favoritas e o cara que criou a tal série e adaptou a peça Cambaio para Cambaio [a seco]. Ah, claro! Conheci o Rato e o Cara também!
Para os que ainda não acreditam (como eu):


Livro "Tudo o que é sólido pode derreter" de Rafael Gomes, com Mayara Constantino (atriz principal da série) na capa

autógrafo Mayara Constantino:
Natália e Viviane, espero que vocês se aventurem com a Thereza! Beijo grande! Mayara Constantino



Autógrafo Rafael Gomes:
Natália e Viviane, tomara que a jornada de Thereza pela literaturalhes seja inspiradora e divertida! Um beijo, Rafael


sábado, 24 de março de 2012

Yellow

Eu sei, já coloquei essa música aqui no blog.
Mas acontece que você simplesmente não sabe o que essa música significa pra mim.
Na verdade, nem eu sei.
Eu achava que sabia.
Eu ouvia e sentia uma felicidade líquida percorrer meu corpo. Minhas veias não eram vermelhas, eram amarelas e me faziam feliz por estar viva.
Hoje ouvi novamente.
E senti novamente um líquido amarelo correndo por minhas veias.
Mas não era felicidade.
Era algo estranho, com cheiro de saudade, sabor de vestibular, textura de amizade e algo mais.
Algo que ainda não consegui identificar.
E quer saber?
Eu não quero identificar. Eu quero parar de ouvir essa música!
Porque todas as vezes que eu ouço, bate vontade de chorar, um sentimento de perda.
Eis o algo mais: sentimento de perda.
Perda do que eu não sei.
Não perdi meus amigos! Não perdi o vestibular! Se bem que esse eu quero viver sem...
Mas ainda assim.
Bate vontade de chorar, mas as lágrimas não vêem. E todas as vezes que a música termina eu clico em play novamente e a vontade continua.
Parece até que virei masoquista.
Acontece que todos aqueles sentimentos são bons de serem sentidos. Mas quando combinados, me dão vontade de vomitar todos aqueles dias e vivê-los novamente, um por um, com calma, porque eu sei que o resultado será bom.
Mas não é possível. A vontade se perde quando a música acaba. E sobra apenas as lágrimas que não caíram. Lágrimas que irão cair, assim que eu parar de cantar a música. É por isso que eu clico em play again and again.
Entretanto, tudo na vida possui um entretanto. E o entretanto dessa história é o seguinte:
Eles irão cantar a música e dedicá-la a nós. A todos nós, que cantávamos a música e sentíamos no nosso íntimo. E eu não estarei lá para assistir, para ouvir nossas vozes juntas novamente, sentindo a vibração amarela que nos cercava.
E eu tenho certeza que eles irão gravar e publicar na minha página do facebook. E então as tais lágrimas vão rolar.
E ao contrário do que eu acho que vai acontecer, eu vou assistir o vídeo, assistir talvez até as paredes da casa caírem e levarem com elas todo esse meu passado que nada contra a correnteza e me arrasta de volta ao fundo...

segunda-feira, 19 de março de 2012

Zeus falando. Mas bem podia ser um "D" no lugar do "Z"


“Vede bem como os mortais acusam os deuses!
De nós (dizem) provêm as desgraças, quando são eles,
pela sua loucura, que sofrem mais do que deviam!
[...]


A Odisseia - Homero

quarta-feira, 7 de março de 2012

Toda menina gosta de alguém. Da mãe, por exemplo!

PS: Leia ouvindo essa música:


"Feel" - Robin Willians


Eis uma dura realidade. Nada mais do que a verdade.

Mas e quando você tecnicamente não está gostando de alguém, mas está pensando em duas pessoas diferentes? Pensando em uma por tê-la magoado e pensando na outra com medo dela te magoar?

Fácil não é. Fácil nunca vai ser.

Mas bem poderia ser menos complicado! Na verdade, não é complicado! Sou eu quem complica tudo!

Por que um seria um perfeito príncipe. Mas eu simplesmente não sou sua princesa. Mas como eu posso dizer isso pra alguém?

E como dizer o contrário para o outro? Dizer que se ele quiser, eu posso muito bem ser uma boa princesa, talvez até a gata borralheira, apenas para lhe fazer feliz.

Mas aí saber se eu seria a princesa certa para ele é complicado. E colocar a minha própria felicidade nas mãos de alguém também não é nada fácil.

Mas o Príncipe, aquele de quem eu não sou princesa (conseguiu descobrir de qual deles estou falando?) não fez a mesma coisa comigo? Não colocou a felicidade dele em minhas mãos, e eu a devolvi? Ele colocou seu coração em minhas mãos e eu o amassei, cravei-lhe as unhas no pescoço até ver escorrer-lhe o sangue.

Tudo bem, isso seria o que o Bentinho faria se estivesse nervoso com a Capitu, mas eu faço com as pessoas sem ter motivo algum!

Sou uma pessoa horrível! Talvez eu não mereça receber o coração de alguém, talvez as pessoas não devessem se preocupar em fazer meu coração feliz, porque eu não faço o coração de ninguém feliz.

Aliás, já reparou que a qualidade dos meus textos caiu bastante?

Agora, ouça essa música:

 "Head over feet" - Alanis Morissete

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Remédio para Saudade

Fazia apenas três dias que meu pai não aparecia em casa. Mas foram dias compridos, que duraram quase três anos. Ele não deixou de ligar, sempre à tarde, quando a minha mãe saía para dar aula. Só que isso não matava a saudade. Aliás, eu acho que o telefone é a pior criação da tecnologia. Graham Bell pode ter sido um gênio, mas o que ele inventou foi uma droga. E não estou falando em sentido figurado, não. Droga mesmo, como maconha ou cocaína. A voz do outro lado traz alívio e deixa a gente anestesiada, com uma sensação de bem-estar que acaba causando dependência. Logo depois de desligar, vem a famosa síndrome de abstinência, a incontrolável fissura pra ligar outra vez e falar até a orelha ficar vermelha e inchada.

Trecho do livro "Poderosa - Dário da garota que tinha o mundo na mão" de Sérgio Klein

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Não dito, mas não desconhecido

Eu posso apreciá-los. Tudo bem. Não tem problema. Só olhar. Seria uma loucura não reconhecer a beleza e apreciar uma pessoa que é legal e interessante. É. Seria loucura não reconhecer.

*-*

Isso me fez pensar novamente. Química. Com certeza havia química entre mim e Luke. Sempre que nos víamos, ele era como um ímã, e eu era uma limagem de ferro. Eu não tinha escolha, exceto ser atraída em direção a ele. Eu não podia evitar. Era química.

*-*

Sabe, existem muitos tipos de amor, embora utilizemos a mesma palavra para todos. Nós amamos nossos pais, amamos nossos animais, amamos nossos irmãos, amamos nossos amigos, amamos chocolate. Sempre a mesma palavra: "amor", mas trata-se de diferentes níveis e cada nível tem sua própria complicação. Amamos alguns garotos. Esse é o tipo de amor mais complicado de todos. Traz insegurança, ciúmes, perda de foco, loucura.


Trechos do livrio: Galeras, Paqueras & Doces Vinganças, de Cathy Hopkins

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

I Wanna Dance With Somebody - Whitney Houston


I wanna dance with somebody
I wanna feel the heat with somebody
I wanna dance with somebody
With somebody who loves me

Uma carta para Julieta (ou para a secretária dela... ou alguém que esteja disponível para ler!)

PS: leia esse texto ouvindo essa música:

Salento - René Aubry


São José dos Campos, 19 de fevereiro de 2012

Julieta,
Sei que você apenas responde cartas que dizem respeito a problemas amorosos, mas eu precisava lhe escrever sobre o que aconteceu, ainda que não se trate de um problema, muito menos amoroso.
Ele ficou de entrar em contato, Julieta. Mas não entrou.
Ele disse que iríamos ao cinema, mas não chegamos nem a nos falar.
E olha só, Julieta, até onde vai uma garota que planeja a semana inteira em torno de um único dia: eu saí, mesmo sem ele. Fui ao shopping com a minha amiga, tomamos Milk shake, e enquanto comíamos pipoca e nos sujávamos com manteiga, vimos no mínimo uma dúzia de casais sair de uma sala do cinema, um atrás do outro. Não pude deixar de pensar que eu poderia estar formando um casal com ele e saindo ao seu lado daquela sala, com aqueles outros casais. Mas não, Julieta. Eu estava sentada de frente pra minha amiga, comendo pipoca do cinema, sem ao menos ter entrado no cinema!
Ah, Julieta, não me entenda mal. Eu me diverti muito mais e de uma maneira mais intensa  do que teria me divertido com ele. Mas a possibilidade de uma diversão totalmente inédita pra mim e que eu teria com ele não me sai da cabeça.
São as possibilidades perdidas, todas elas, que me tiram o sono.
E, Julieta, claro que as possibilidades não estão sozinhas na minha cabeça. Elas estão muito bem acompanhadas pela culpa. Sim, eu me culpo.
Me culpo por ser inteligente demais (e só isso), por não ser bonita o suficiente e por não ter atrativos.
Mas aí eu lembro da noite de ontem: pelo menos dois rapazes repararam em mim e me fitaram (encararam acho que é a palavra certa) insistentemente. Portanto, minha aparência não deve deixar muito a desejar...
E hoje, um domingo de carnaval, sem nada para fazer, resolvi aproveitar ao Maximo a companhia do meu computador. Então, logo ás dez da manhã, eu já estava no MSN, conversando com alguém que eu nunca vi pessoalmente. Alguém que eu só conheço pelas redes sociais (todas elas...)
E conversando com ele, criei uma amizade incrível, daquelas que parecem que sempre existiram. Aquela amizade que não pressiona, aquela que flui naturalmente e impressiona pelo nível de sinceridade inclusa.
Foram duas conversas intensas, uma pela manhã e outra pouco antes da segunda-feira. As duas recheadas de bom humor, boa vontade e boas risadas.
E elogios.
Ele me achou inteligente e disse que sou linda. Mas não disse do modo fútil como o outro. Disse da forma como um melhor amigo diria. Um modo sincero.
Ele me fez crescer, Julieta. Crescer e enxergar o mundo de uma forma mais simples e corajosa.
E me deu esperanças, mesmo sem notar.
Esperanças de encontrar pessoas reais, que se importam de verdade com o que eu penso e acho da vida. Pessoas que irão me entender e querer bem.
E, finalmente, a esperança de encontrar alguém especial, alguém que me faça entender o por que das pessoas quererem encontrar o amor. Alguém que não seja só diversão
Será que você consegue me entender, Julieta?
Aliás, obrigada por ler essa carta, escrita por essa confusa garota, que acredita que o mundo é feito de muitas coisas mais do que as que podemos enxergar...




E, agora que terminou de ler, ouça essa música:


In this Twilight - James Harmon



*-*

Ah, e claro, o filme que me inspirou a destinatária:


Ah, e claro, a música do filme!


Love Story - Taylor Swift


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Garotas inteligentes gostam de garotos inteligentes mais do que garotos inteligentes gostam de garotas inteligentes


Clever Girls Like Clever Boys Much More Than Clever Boys Like Clever Girls
Pelle Carlberg


Estrela estrela brilhante
Estrela desse céu abençoado
Como eu queria, como eu gostaria
Que meu desejo hoje fosse realizado:

Que essa música não esteja certa

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Em quem acreditar?

Ou melhor: em quem eles acreditam? No pai do Tinho, ou no Frejat?

                Pensando em tudo isso, na desgraça que tinha acontecido comigo só porque eu me metera a galã de cinema, julgando ser o Super-homem ao pular aquela janela, senti que eu estava chorando sem querer. Lembrei-me do meu velho pai me dando conselhos quando ele foi em cana, na greve que fizeram na fábrica, eu querendo chorar na hora que o levaram, mas me aguentando, desesperado, pedindo pros tiras não levarem ele.
                – Filho – ele me disse com as mãos algemadas – , não segura não. Pode chorar. Homem que é homem...
                – Homem que é homem não chora, né, pai? – eu ainda disse, antes dele entrar no camburão.
                – Chora sim, filho. Homem que é homem tem sentimentos. Não é de pedra, frio, seco como chão esturricado. Homem que é homem chora sim...
(...) e parecia ouvir a voz dele, um sopro nos meus ouvidos... “Chora, filho! Homem que é homem chora, e muito, diante das injustiças, dos malfeitos, das danações do muno...”
(Trecho do livro "Deus me livre!" de Luiz Puntel) 


"Homem não chora" - Frejat

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Eis como eu quero viver!

Lançamentos: livros juvenis do 1º semestre/2012
Editora Companhia das Letras


Lançamentos: livros juvenis do 1º semestre/2012