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sábado, 24 de março de 2012

Yellow

Eu sei, já coloquei essa música aqui no blog.
Mas acontece que você simplesmente não sabe o que essa música significa pra mim.
Na verdade, nem eu sei.
Eu achava que sabia.
Eu ouvia e sentia uma felicidade líquida percorrer meu corpo. Minhas veias não eram vermelhas, eram amarelas e me faziam feliz por estar viva.
Hoje ouvi novamente.
E senti novamente um líquido amarelo correndo por minhas veias.
Mas não era felicidade.
Era algo estranho, com cheiro de saudade, sabor de vestibular, textura de amizade e algo mais.
Algo que ainda não consegui identificar.
E quer saber?
Eu não quero identificar. Eu quero parar de ouvir essa música!
Porque todas as vezes que eu ouço, bate vontade de chorar, um sentimento de perda.
Eis o algo mais: sentimento de perda.
Perda do que eu não sei.
Não perdi meus amigos! Não perdi o vestibular! Se bem que esse eu quero viver sem...
Mas ainda assim.
Bate vontade de chorar, mas as lágrimas não vêem. E todas as vezes que a música termina eu clico em play novamente e a vontade continua.
Parece até que virei masoquista.
Acontece que todos aqueles sentimentos são bons de serem sentidos. Mas quando combinados, me dão vontade de vomitar todos aqueles dias e vivê-los novamente, um por um, com calma, porque eu sei que o resultado será bom.
Mas não é possível. A vontade se perde quando a música acaba. E sobra apenas as lágrimas que não caíram. Lágrimas que irão cair, assim que eu parar de cantar a música. É por isso que eu clico em play again and again.
Entretanto, tudo na vida possui um entretanto. E o entretanto dessa história é o seguinte:
Eles irão cantar a música e dedicá-la a nós. A todos nós, que cantávamos a música e sentíamos no nosso íntimo. E eu não estarei lá para assistir, para ouvir nossas vozes juntas novamente, sentindo a vibração amarela que nos cercava.
E eu tenho certeza que eles irão gravar e publicar na minha página do facebook. E então as tais lágrimas vão rolar.
E ao contrário do que eu acho que vai acontecer, eu vou assistir o vídeo, assistir talvez até as paredes da casa caírem e levarem com elas todo esse meu passado que nada contra a correnteza e me arrasta de volta ao fundo...

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