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sábado, 4 de janeiro de 2014

Nem sempre dá pra ser bom

"Porque estar vivo já foi mais estranho", assim gritava a Tulipa na minha cabeça, e eu discordava loucamente: viver nunca foi tão estranho como está sendo agora e a pior notícia: sempre vai ser estranho demais.
Eu queria mesmo escrever alguma coisa inteligente sobre isso.
Mas é que as pessoas não mudam mesmo, não de verdade. Então, assim como as meninas continuam as mesmas, uma sendo a cheia de não-me-toques e não-acredito e a outra sendo o centro do planeta, o L. vai continuar escondendo coisas de mim como faz com os outros; o D. vai continuar me olhando com aqueles olhos de céu e devoradores; O K. provavelmente vai continuar fingindo que não me conhece ou me olhando como se estivesse deixando passar alguém interessante demais para acreditar; o M. eu nunca conheci de verdade e isso me entristece; o C. vai continuar me fazendo sentir falta dele e das risadas que ele criava em mim.
Mas a gente aceita e se prepara para o que essas pessoas são e isso facilita as coisas de uma forma que dá até pra sentir um prazer estranhamente reconhecedor de si mesmo.
Sabe, isso significa que a gente também é o que a gente é e acabou, gostem as pessoas ou não, sintam falta ou não de nós.
Todos aqueles desejos de felicidades enviados pelo facebook são falsos (você não sabia? a maioria daquela galera nem te conhece!) então pra quê querer? Quem garante que não é você a pessoa horrorosamente chata e insuportável que faz as pessoas desenvolverem um sistema de preparação psicológica antes de conversarem com você?
Porque se o seu cabelo estiver maior e mais enrolado do que o jeito que as pessoas gostam, elas vão criar uma opinião sobre você e que você provavelmente não vai conseguir mudar. Mesmo que VOCÊ mude!
Apesar disso, o perdão está sempre aí, sempre se apresentando, silenciosamente nos olhares das pessoas, sendo pedidos ou fornecidos, aceitados ou negados. Ponto.
Você envelhece e eu duvido seriamente de que um dia a gente saiba quem a gente é efetivamente.


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