Eu não sabia mesmo o que estava fazendo ali. Quer dizer. Eu fui buscar o meu RG no poupa-tempo e estava aproveitando pra assistir A menina que roubava livros. Mas eu tinha uma hora de espera pela frente e não sabia o que fazer. Fui como sonâmbula até a loja Americanas e como sempre, encontrei com ele entre prateleiras de chocolate.
Sorriu ao me ver se abaixou pra eu me encaixar em seus ombros. Eu o apertei com força, precisava do abraço de alguém e eu sempre achei o dele gostoso e convidativo. Me ajudou a unir alguns pedaços que se soltavam.
E quando eu falei dos tais pedaços e ele perguntou se foi algum garoto, ele só repetiu o que o garoto que magoou já tinha dito sobre outro:
- Eu sei que você vai dizer que não, mas ele é um babaca. Se te magoou é um babaca.
É.
Eu negaria. Eu estou negando até agora aqui na minha cabeça, mas sabe?, chega, né? Chega ficar protegendo pessoas dizendo que o erro foi meu. Chega ficar tomando pra mim as dores de outros e ficar me sentindo sozinha depois.
Eu sei que muita gente me apoiou na minha dor. Quer dizer. Eu sei que muita gente conversou comigo e me animou. Mas eu acredito no que eu respondi:
A gente nunca está perto, a gente nunca passou uma tarde embaixo de alguma árvore pra saber se a nossa amizade funciona. Mas ele tem sido um amigo incrível.
É a segunda vez que ele me ouve e me responde com acontecidos seus.
Eu estava indo embora e ele perguntou:
- Posso te elogiar?
Eu pensei não ter ouvido direito, até demorei um pouco pra responder. Aliás, respondi com um aceno de cabeça.
- Você tá linda. Sério.
E eu agradeci.
Eu percebi o que ele estava fazendo. Estava me animando. Funcionou. Eu lembrei que o que me magoou só dizia que eu era linda quando eu o fazia feliz de alguma forma mais física. Ouvir que eu estava linda e ouvir de alguém que eu vejo de três em três meses foi um elixir muito gostoso.
Na verdade eu não sei se ele estava tentando me animar. Podia só estar sendo sincero. Mas eu saí da loja e fui pro banheiro. E eu estava horrorosa.
Sorriu ao me ver se abaixou pra eu me encaixar em seus ombros. Eu o apertei com força, precisava do abraço de alguém e eu sempre achei o dele gostoso e convidativo. Me ajudou a unir alguns pedaços que se soltavam.
E quando eu falei dos tais pedaços e ele perguntou se foi algum garoto, ele só repetiu o que o garoto que magoou já tinha dito sobre outro:
- Eu sei que você vai dizer que não, mas ele é um babaca. Se te magoou é um babaca.
É.
Eu negaria. Eu estou negando até agora aqui na minha cabeça, mas sabe?, chega, né? Chega ficar protegendo pessoas dizendo que o erro foi meu. Chega ficar tomando pra mim as dores de outros e ficar me sentindo sozinha depois.
Eu sei que muita gente me apoiou na minha dor. Quer dizer. Eu sei que muita gente conversou comigo e me animou. Mas eu acredito no que eu respondi:
Mesmo com um monte de gente envolta de você, você só consegue se curar sozinho.Eu dei risada.
A gente nunca está perto, a gente nunca passou uma tarde embaixo de alguma árvore pra saber se a nossa amizade funciona. Mas ele tem sido um amigo incrível.
É a segunda vez que ele me ouve e me responde com acontecidos seus.
Eu estava indo embora e ele perguntou:
- Posso te elogiar?
Eu pensei não ter ouvido direito, até demorei um pouco pra responder. Aliás, respondi com um aceno de cabeça.
- Você tá linda. Sério.
E eu agradeci.
Eu percebi o que ele estava fazendo. Estava me animando. Funcionou. Eu lembrei que o que me magoou só dizia que eu era linda quando eu o fazia feliz de alguma forma mais física. Ouvir que eu estava linda e ouvir de alguém que eu vejo de três em três meses foi um elixir muito gostoso.
Na verdade eu não sei se ele estava tentando me animar. Podia só estar sendo sincero. Mas eu saí da loja e fui pro banheiro. E eu estava horrorosa.
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