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sexta-feira, 7 de março de 2014

Só por você

Hoje eu comecei a fazer natação. Bem, eu sempre tive contato com água e meu pai sempre apoiou meus mergulhos e tentativas de natação, sempre tentou evitar que eu tivesse medo.
Não que tenha funcionado perfeitamente: uma das coisas que eu mais amo na vida é ir numa piscina e ficar dando mergulhos. Só que quando eu estou lá no fundo, sentindo a água passar por mim, daquele jeito mágico, eu me desespero pensando em como voltar pra cima. Eu sempre tô com ar suficiente, mas contraio o abdômen com essa preocupação e começo a me debater. Resultado: sempre saio da água super ofegante.
Pois bem. Não foi por isso que eu comecei a fazer natação.
Por causa da cirurgia dos meus três anos, a minha coluna acabou entortando e a natação vai ajudar a endireitá-la.
Então.
Fui na primeira aula hoje e o professor já mandou a gente fazer coisas que eu estava acostumada a fazer, mas que me traziam aquele desespero. E ele explicou o que acontece. Eu não relaxo. eu contraio todos os músculos. Até quando eu finalmente consigo relaxar, eu contraio o pescoço e isso contribui para a não perfeição (ou quase) do exercício.
Sei que eu comecei a tentar tirar minha mente daquilo, abstrair e comecei a pensar no porquê exatamente de eu estar lá, na piscina, boiando de barriga pra baixo, vendo minha sombra no chão. E desesperei. Levantei, respirei e tentei de novo.
E quando recomei a pensar, comecei a cantar mentalmente a música Comece do Lemoskine. Ele ficava gritando na minha cabeça "comece por você", "comece por você", "comece por você".
E eu fiz por mim. Deixei pra lá as outras pessoas, o sol, a água fria, a sombra e pensei no quanto eu ia respirar bem, o quanto eu iria me divertir quando controlasse meu desespero, lembrei de quão bem eu me sinto dentro d'água. E consegui ficar mais tempo relaxada dentro da água, bati os pés e com isso atravessei a piscina sem precisar parar para respirar.
Isso tudo me fez lembrar daquele papo todo sobre auto-estima e o quanto é importante gostar de si mesmo.
Eu sou normal. Magra, branca, meu cabelo não é tachado como "ruim" (o que o seu cabelo fez pra  ser ruim?) e eu não tenho a melhor auto-estima do mundo. Se eu não fizesse parte da população que estão encaixadas na ditada "perfeição", eu nem teria auto-estima, embora não seja a pessoa que ache as pessoas feias. Mas só o fato de ser eu, cancela a possibilidade, pra mim, de não ser feio.
E com isso eu me lembro daquela outra música, agora do Paulinho Moska, que diz "vamos começar colocando um ponto final".
Então vamos acabar com isso logo, largar tudo pra lá e começar a fazer as coisas pra nós mesmos, esquecer que existem pessoas no mundo e que elas irão nos julgar. Só temos que fazer o melhor que pudermos e tudo vai ficar bem.

Comece:


Tudo novo de novo

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